Ficando grande

Toda vez que minha mãe vê um bebezinho ela sempre dizem:

 - Que saudade de quando você era pequenininho Gabriel.

Mas até que enfim estou crescendo, na altura já passei de minha mãe e to chegando perto da altura do pai e do meu irmão.

Quando eu era menor eu achava que quem tomava café com leite quente era grande, e apenas as crianças tomavam leite frio, pois quando eu e meu pai íamos à padaria meu pai sempre pedia o café com leite quente e a mulher que atendia sempre me perguntava:

- E pra você é com leite frio né?

Levou anos para eu conseguir tomar o dito café com leite quente. E em um ida qualquer cheguei à padaria encostei o umbigo no balcão e falei:

- Me dá um café com leite quente!

Quando tomei o primeiro gole, estufei o peito e com aquele sorriso de orelha á orelha, e contei pra todo mundo que eu já tomava o café com leite quente, isso creio eu que nunca vou esquecer, pois meu pai e minha mãe quando viram a cena não conseguiam mais parar de rir.

Outro episódio que nunca me esqueço foi quando eu fiz 10 anos, meu irmão sempre ligava pro meu pai ir buscá-lo no serviço e o pai nunca me deixava sentar no banco da frente do carro, então no dia em que fiz 10 anos fui junto com o pai buscar o meu irmão no banco da frente, como sempre com o peito estufado pensando que estava abalando.

Mas como todo mundo eu também estou crescendo e as responsabilidades vão aumentando, isso é bom, mudamos nossa rotina na escola as provas ficam mais difíceis e cada vez mais precisamos nos esforçar mais. Recordo-me de quando eu estava no pré III, a nossa professora pediu qual era o nosso sonho, eu e mais um monte de pessoas falaram que queriam ser adultos, porque nós não precisávamos dar satisfação e tal, e nossa professora falou que quando nós fossemos adultos nós iríamos querem voltar a ser criança e hoje eu entendo o que ela nos falou, pois quando somos crianças podemos brincar, errar, já um profissional que tem um trabalho não pode brincar e nem errar, então eu sigo tranqüilo aproveitando a vida para que quando eu crescer não me arrependa de não ter feito algo.