Raposa no galinheiro

Quando eu trabalhava em uma empresa do ramo da construção civil, uma das três frentes era a construtora, em um projeto específico o cliente solicitou um tipo de janela pouco utilizado na cidade por se tratar de um produto com um valor alto e também por ser uma novidade.

Foi mandado a primeira tabela com as dimensões das janelas que iríamos precisar e também de um vidro fixo fazendo um detalhe na fachada, a empresa devolveu o orçamento totalmente errado, por telefone não foi possível explicar, mandaram o vendedor que tinha mais conhecimento para sanar as dúvidas.

Não demorou muito o rapaz apareceu e já logo de cara começou falando que estava se desligando da empresa em questão e que iria abrir um negócio próprio no mesmo ramo. Comentou que a pessoa que havia redigido a proposta não possuía o mínimo de conhecimento para formalizar um orçamento, entre outros ataques à empresa, porém no fim das contas ele entendeu o que estava errado e comentou que ele mesmo iria repassar o orçamento de maneira correta e pediu se podia fazer o mesmo orçamento pela empresa que ele estava abrindo.

Lembro de ter ficado perplexo com a atitude e com o tom da conversa, custei a acreditar que o diretor tivesse conhecimento, jamais deixaria um funcionário com o crachá da empresa agir dessa forma, talvez faria um acordo para não cumprir os 30 dias de aviso prévio, pois nem para treinar outra pessoa para a função seria bom. 

Como aquela metáfora de deixar a raposa no galinheiro, aonde ao invés da raposa fazer o serviço de "gerência" no galinheiro para solucionar o problema do desaparecimento de galinhas, seria ela a autora do crime.

Após mais algumas tratativas conversamos com o diretor da empresa a fim de conseguir um desconto no orçamento e acabamos fechando por conta da confiança e a credibilidade que a empresa nos proporcionava, porém nem todo cliente é ético a tal ponto, foi um perigo que não havia necessidade de ser corrido.

Lembro-me também de outra frase que nos diz o seguinte: “Quando você fala mal de alguém, você não expõe o caráter dessa pessoa, mas o seu”. Tome cuidado ao se referir do seu concorrente.

Artigo publicado originalmente no Linkedin

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