Missa e a vida de um grupo

A celebração eucarística é algo muito importante na vida de um católico, com os evangelhos de todo domingo vamos ressignificando a vida pública de Jesus, o Nazareno. Apesar das leituras se repetirem, a reflexão acerca das passagens bíblicas vai se renovando a cada nova partilha e também temos a mística de cada tempo, por exemplo, o comum, que é responsável pela maior parte do ano; o advento que nos faz refletir a espera; a quaresma que nos permite viver no jejum, entre outros tempos que possuímos no resto do ano litúrgico.

Pois bem, quando comecei a participar da Pastoral da Juventude, o grupo que tínhamos era bem pequeno e constantemente nas reuniões de liturgia o coordenador da época queria uma missa para poder divulgar o grupo. Foram alguns meses insistindo, até que num certo dia a paróquia resolveu mudar os horários das missas do domingo de manhã, adiantando a missa das 9h para as 8h e criando uma nova missa as 10h que nos foi concedida para ser dividida com a catequese.

Foi engraçado que a primeira missa não foi comunicado ninguém do grupo, só depois uma liderança nos chamou e avisou que a partir daquele dia o grupo de jovens teria que animar e fazer as leituras das celebrações do primeiro, terceiro e, quando tivesse, o quinto domingo. Lembro-me que ficamos muito felizes pelo espaço.

De fato, as primeiras missas foram maravilhosas, no ano de 2013 com a Jornada Mundial da Juventude que estava por vir, convidamos um grupo de outra cidade para vir fazer a animação e o nosso grupo faria as leituras. A igreja encheu, o padre ficou feliz, as pessoas que participam da missa mais ainda em ver jovens e nós também ficamos muito orgulhosos.



Porém, como todo grupo da pastoral da juventude, chega um dia em que ele se encerra, pois os participantes chegaram na fase da militância, ou porque a vida pessoal ou profissional acaba interferindo e tomando outros rumos, então aquela missa que era um espetáculo começou a se tornar um estorvo.

O coordenador na época acabou saindo e a animação caiu para eu fazer, foi bom pois consegui ter um espaço para praticar o violão e ir aprendendo na prática como fazia, até que um dia tive que viajar e precisei de alguém para me substituir, não foi fácil, ninguém podia me ajudar e depois de muito custo encontrei um amigo que pôde me substituir naquela ocasião.

Teve algumas vezes também que eu tocava o glória, largava o violão, ia até o ambão da palavra, fazia o salmo, aquele que passava o slide fazia a primeira e a segunda leitura e eu retornava para fazer o canto de aclamação e já fazia os comentários também. Lembro também que um ministro reclamou em uma reunião de liturgia que foi em uma das missas e estava uma bagunça, não tinha leitores disponíveis e tudo foi montado na hora, realmente era essa a forma que trabalhávamos, mas ninguém entendia que já não existia mais um grupo em que nos encontrávamos e poderíamos planejar com calma.

Até que houve uma nova mudança na paróquia e o pároco ficou sozinho, já não conseguindo mais dar conta de duas missas no domingo de manhã, pois tinha as comunidades para serem visitadas e nosso tormento acabou tendo o fim.

Esses dias em uma reunião, estava participando apenas como assessor e uma das propostas da reunião era de ter uma missa por mês da pastoral da juventude, comecei a me lembrar de tudo isso que relatei acima, mas acredito que seja realmente um espaço importante para a juventude estar a frente, mas com limite, uma por mês? Talvez seja interessante e o grupo consiga abraçar, mas três por mês? Nunca mais...

Mas e aí jovem? Seu grupo, como participa das celebrações eucarísticas? É responsável pela liturgia de alguma das missas da comunidade?

*Este texto faz parte da série PJteando, para mais textos como esse clique aqui!

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