Conversa e filosofia
Uma das coisas mais simples da vida é a comunicação.
A tecnologia nos proporciona várias formas de conseguirmos nos comunicar, mesmo
que estejamos longe da outra pessoa. Nem sempre isso é uma coisa ruim, muitas
vezes aquele irmão que mora em outra cidade ou até mesmo aquele seu amigo que
fez o terceirão com você e agora ele vive em outra cidade é facilmente encontrado através das redes sociais e nos dá a oportunidade de estabelecer contato.
Na verdade, nessa crônica não quero discutir sobre a
tecnologia, mas sim sobre a conversa. Relacionar-se é uma necessidade de todo
ser humano, até aquelas pessoas mais egoístas precisam se relacionar com
alguém, é algo inevitável. Muitos tentam negar e ao invés disso ser bom, se
torna algo que desgasta o próprio ser.
Esta crônica já vinha sendo pensada há tempos, mas
precisava daquele estalo na minha mente para ganhar vida. Pois bem, esses dias
cheguei em casa, tomei um belo banho, me vesti, sentei na frente do computador
e nisso recebo uma ligação: era meu tio. Conversamos bastante. Foi aquela
conversa que qualquer pé de galinha dava uma sopa, uma troca de informação
engraçada, parecia que ambos estavam precisando dessa conversa. Foi
interessante que em meio a tanta risada e tantos conselhos fui ficando feliz
por ver que existem pessoas que torcem pelo meu sucesso e elas não estão
interessadas em saber em qual ramo ou setor, mas sim que você esteja contente.
E isso não tem preço, não é mesmo?
Outra experiência muita rica em conteúdo aconteceu
comigo que faz algum tempo: estava na faculdade e acabou a minha aula, sai da
sala e me dirigi para a saída da universidade para esperar a van, teria que me
entreter com alguma coisa, pois a aula acabou cedo. Nisso vejo um companheiro
meu andando no outro lado da rua. Ele me avista e para pra conversar.
Fazia tempo que não nos víamos, começamos a
conversar e vi que tinha algo que não estava certo. Perguntei o que ele estava
aprontando, ele me respondeu que tinha que devolver alguns filmes na locadora e
resolveu caminhar. Nessa hora confirmei que algo estava errado com ele e nem
imaginava que existiam alguns assuntos mal resolvidos dentro de minha cabeça
também. Olhe-o e fiz a proposta de irmos caminhando para nossas residências,
ele topou e nisso fomos andando.
Pra vocês entenderem, esse meu amigo é um cara muito
inteligente, já recorri a ele em muitas vezes em meio as minhas crises
existenciais, mas nunca imaginei que poderia ajudá-lo. Conversa vai, conversa
vem, falamos de tudo: sobre a esfericidade terrestre, sobre a cotação do dólar,
sobre a mídia, sobre namoradas e, sem querer, sobre filosofia.
Nesse dia em questão estava com uma grande dor de
cotovelo em relação a um fato que aconteceu com uma pessoa próxima de mim,
precisa falar isso para alguém que não fosse do mesmo círculo de relacionamento
e deu certo. Recebi vários conselhos nessa noite e quando cheguei em casa fiquei
um pouco preocupado, pois apesar da situação estar ruim para os dois lados, o
meu problema era pequeno perto do dele e comecei a lembrar que em nenhum
momento dei algum conselho à ele. Raciocinando mais um pouco, percebi que de
certa forma eu o aconselhei escutando-o.
Dias depois desse ocorrido fui lembrar que a aula
que tinha acabado mais cedo era a última de filosofia que tive no semestre
passado e uma frase que marcou muito a dita conversa foi no momento que meu
amigo fala "Cara, isso é a mais pura filosofia!".
Caro leitor, um conselho que lhe dou, aproveite
qualquer conversa que você tiver, seja ela num boteco, em um velório, em casa,
na rua, aonde quer que for, pois até aquelas conversas mais sem sentido muitas
vezes se fazem necessárias para esvaziarmos as coisas ruins de nossa cabeça e
preenche-las com pensamentos positivos.
Correção: Tamirys Taborda
Imagem: https://goo.gl/KlYzNG
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