Mais do mesmo

Uma atividade que gosto de fazer é cozinhar, por anos fiquei em volta da minha mãe na cozinha ajudando a picar os ingredientes, mexendo a panela, ou só para incomodar mesmo. Depois de algum tempo percebi que não tinha uma boa memória para quantidade de ingredientes e certas receitas precisam ser levadas à risca para que dê certo, resolvi o problema com um livro de receitas.

Depois de um tempo percebi que temos uma atitude involuntária de sempre seguir uma receita, construir um evento geralmente tentamos aplicar uma dinâmica ou uma atividade que já fizemos alguma vez, dificilmente nos propomos a criar uma experiência nova ou até mesmo repaginar uma dinâmica voltando ela para outra finalidade.

Senti isso quando propus uma vigília para fazer a abertura dos trabalhos da Pastoral da Juventude na Microregião de Caçador, unindo três grupos de jovens existentes na cidade. Essa mesma ideia tive em 2014, a maioria que participou naquela vez hoje já não participam mais dos grupos, mas por ter sido uma experiência interessante resolvi apresentar aos grupos, e que de cara gostaram da ideia e montamos o evento com uma reflexão diferente.

O perigo de repetir um evento somente para não passar em branco é algo muito perigoso, infelizmente estamos vivendo numa época em que não possuímos tempo para nada. É comum perguntar para alguém como está indo a vida e a outra responder: “Uma correria, mas de resto está tudo bem”, se pedir para enviar um arquivo, se for algo urgente danou-se, marcar uma reunião em que todos possam estar presente é quase um milagre. Devido a essa falta de tempo resolvemos optar por aquilo que é mais prático, o mais do mesmo.

Talvez possam pensar que estou sendo um tanto quanto conspiracionista, mas a saúde de uma pastoral é medida nestes momentos, atrair atenção de pessoas atualmente é o maior desafio, empresas grandes que já foram líderes de mercado, para sobreviver atualmente necessitam entender aquilo que as pessoas precisam e gostam, talvez aquela dinâmica que você gostou de fazer, outras pessoas possam não gostar, ainda mais se preparada de uma maneira desleixada.

Permita-se mudar, sentir novos aromas, viver novas experiências, abrir o coração para novos sentimentos, aquele CD maravilhoso que escutávamos até um tempo atrás, hoje está pegando poeira na estante, enquanto isso aquela playlist dos anos 90 e 80 continuam como as mais ouvidas no Spotify...

Mas e aí jovem? O que você faz para fugir do mesmo?

*Este texto faz parte da série PJteando, para mais textos como esse clique aqui!

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