Nostalgia e Remédio

Castelo Rá-Tim-Bum
Esses dias eu estava com gripe, e para isso comecei a tomar um remédio, é claro que eu sempre me esquecia do horário correto, ás vezes a mãe me lembrava, ás vezes por azar eu passava na frente da prateleira e eu tomava, e assim foi indo o meu tratamento para me curar desse vírus.


E teve um dia que antes de eu dormir me lembrei que tinha que tomar o tal remédio, fui até a cozinha e percebi que todos em casa estavam dormindo, então enchi um copo de água pela metade e destaquei da cartela e tomei.

Por um instante me lembrei da minha infância, onde minhas tardes eram ficar assistindo: “Castelo Rá-tim-bum”, em seguida “Um menino muito maluquinho”, programas educativos que me ensinaram muitas coisas. E naquele instante que tomei o remédio me lembrei de um episódio do Rá-tim-bum, em que o personagem “Nino”, estava doente e com isso ele resolveu se medicar sozinho sem o auxilio de um adulto, nisso o “Dr. Abobrinha”, o vilão do seriado, vendeu para ele alguns comprimidos malucos, e o Nino acabou tomando e passando mal, até que seu tio, “Dr. Victor”, percebeu a coloração de seu rosto, e pediu para ele o que ele tinha feito, então o personagem contou que tinha tomado alguns remédios. Após levar um sermão, sua tia, “Bruxa Morgana”, fez um chá, e com isso ele melhorou e prometeu nunca mais se auto-medicar sem antes pedir auxilio à um adulto.

Um menino muito maluquinho
Quando tomei o dito remédio, fiquei pensando nesse episódio, e comecei a refletir se realmente era à hora certa para eu tomá-lo.  Só aí que me dei conta da influência que este simples episódio de um seriado infantil teve na minha formação de cidadão consciente, ou na tentativa de ser esse cidadão consciente.

Hoje podemos assistir o Castelo Rá-tim-bum e Um menino muito maluquinho, que já estão sendo reprisados pela 300ª vez, e com isso não vemos uma renovação desse conteúdo para as crianças.

As empresas de televisão investem naquilo que dá audiência, que hoje são as novelas. Não sou totalmente contra assistí-las, pois vemos claramente que ela tenta nos trazer um problema da sociedade e dar visibilidade para a população, tanto que em algumas que temos hoje na grade fala sobre o tráfico de pessoas, mas se não tiver um romance ou uma mulher bonita não dá audiência, e com isso os diretores precisam maquiar cada vez mais a história para conseguir atingir um ibope considerado bom para atrair mais anunciantes à emissora.  Então a culpa não é apenas da televisão, mas sim dos telespectadores.

Hoje vemos crianças com perfis em redes sociais, namorando e não brincando mais. Mas não se tem uma alternativa hoje em dia para elas. Antigamente era mais fácil, hoje em dia tudo está fora do controle. 

Fazer programas educativos não é difícil, mas só tem espaço em emissoras pequenas, e o investimento para esse setor não é nem precário, é nenhum investimento mesmo.

Fotos: http://goo.gl/U4yx3F ; http://goo.gl/JAdVFf .
Revisão: Bianca Karine Grobe

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